O Orçamento de Estado apresentado
pelo Governo e que contará, muito provavelmente, com a aprovação
dos restantes partidos de esquerda, volta a estar longe das
necessidades do país, mas levando em consideração as
circunstâncias, não me parece que o Governo se tenha saído mal.
Não existe um ataque aos mais
desfavorecidos ou mesmo à classe média, como o Governo anterior nos
tinha habituado e, sem entrar em grandes detalhes, temos um orçamento
que protege os rendimentos de boa parte dos portugueses.
É evidente que a não eliminação da
sobretaxa, nos moldes que se esperava, é um revês a considerar. No
entanto, e de um modo geral, são salvaguardados os rendimentos da
esmagadora maioria de portugueses, preferindo o Governo incidir um
aumento em impostos indirectos, como o tabaco, açúcar, bebidas
alcoólicas, etc. Existe uma atenção especial sobre os que têm
rendimentos de património mais elevados – uma medida que atingirá
uma ínfima parte dos portugueses.
A oposição, sem rumo nem norte,
vocifera que se trata de um aumento enorme de impostos e que, por
inerência, se trata de um ataque à classe média. Nada mais longe
da verdade, de resto já não estamos nos anos de Passos Coelho e do
outro que se foi embora. A mesma oposição alega que este orçamento
afastará o investimento. Esse dito investimento está mais
condicionado por factores externos ao país do que propriamente ao
seu orçamento de Estado.
Sem argumentos e perante a evidência
de que o Diabo não existe, Passos Coelho e os seus acólitos,
assistem agora a mais um forte sinal de que a actual solução
política está para ficar. Entretanto, aguarda-se a posição do
Presidente da República.
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