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OE 2017

O Orçamento de Estado apresentado pelo Governo e que contará, muito provavelmente, com a aprovação dos restantes partidos de esquerda, volta a estar longe das necessidades do país, mas levando em consideração as circunstâncias, não me parece que o Governo se tenha saído mal.
Não existe um ataque aos mais desfavorecidos ou mesmo à classe média, como o Governo anterior nos tinha habituado e, sem entrar em grandes detalhes, temos um orçamento que protege os rendimentos de boa parte dos portugueses.
É evidente que a não eliminação da sobretaxa, nos moldes que se esperava, é um revês a considerar. No entanto, e de um modo geral, são salvaguardados os rendimentos da esmagadora maioria de portugueses, preferindo o Governo incidir um aumento em impostos indirectos, como o tabaco, açúcar, bebidas alcoólicas, etc. Existe uma atenção especial sobre os que têm rendimentos de património mais elevados – uma medida que atingirá uma ínfima parte dos portugueses.
A oposição, sem rumo nem norte, vocifera que se trata de um aumento enorme de impostos e que, por inerência, se trata de um ataque à classe média. Nada mais longe da verdade, de resto já não estamos nos anos de Passos Coelho e do outro que se foi embora. A mesma oposição alega que este orçamento afastará o investimento. Esse dito investimento está mais condicionado por factores externos ao país do que propriamente ao seu orçamento de Estado.

Sem argumentos e perante a evidência de que o Diabo não existe, Passos Coelho e os seus acólitos, assistem agora a mais um forte sinal de que a actual solução política está para ficar. Entretanto, aguarda-se a posição do Presidente da República.

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