Subitamente
a comunicação social (em Portugal e não só) decidiu falar em novo
resgate. O mote poderá ter sido dado por Robert Skidelsky, conhecido
na área da história da economia, que, por paragens lusas, referiu a
necessidade de um segundo resgate para Portugal. Na verdade, o mote
poderia ter sido dado por qualquer um, tal é a vontade que a
comunicação social manifesta na mera possibilidade de um
acontecimento prejudicial ao Governo, como seria o caso de um novo
resgate.
O
PSD anda há demasiado tempo pelas ruas da amargura. Preso a um líder
incapaz de viver na oposição, à espera de um hipotético Diabo, o
PSD regozija com um segundo resgate que enfraqueceria a actual
solução política e provocaria novo período eleitoral. Esta seria
a solução ideal para um partido à deriva que espera pelas
autárquicas para se livrar do actual líder. Para a sobrevivência
política de Passos Coelho um eventual resgate seria ouro sobre azul,
permitindo uma nova esperança para um líder acabado.
Assim
voltaria a retórica, nada rigorosa, que associa resgate, bancarrota
e situações similares ao Partido Socialista, a par da ideia que
defende que este Governo deitou por terra todo o trabalho do
anterior. Um segundo resgate seria muito desejado,
compreensivelmente. E o país? Que se lixe o país.
Resgate?
Quem falou em resgate? Uma comunicação social, despida de
jornalismo, que procura alimentar toda e qualquer possibilidade que
permita o enfraquecimento do actual Governo, contribuindo assim para
o regresso daqueles que estão ao serviço dos mesmos interesses.
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