O
PSOE, representante máximo do socialismo democrático em Espanha,
encontra-se a caminho do abismo, depois de uma debandada de membros
da Comissão Executiva. A razão, pelo menos aquela mais óbvia,
prende-se com a incapacidade do partido em encontrar soluções que
permitissem desatar o nó que parece cada vez mais apertado: o
impasse político continua, avizinhando-se novo período eleitoral. E
por falar em período eleitoral, o PSOE tem obtido resultados
negativos nos períodos eleitorais mais recentes.
O
impasse é seguramente uma razão de peso a justificar a fragmentação
do partido, mas a história do PSOE começa a parecer-se com a
história de outros partidos socialistas um pouco por toda a Europa -
uma história de traição aos seus próprios valores. Salvo raras
excepções - onde se pode incluir o PS português liderado por
António Costa - o socialismo por toda a Europa rendeu-se aos
encantos dos mercados liberalizados, às malogradas terceiras vias e
afins. Pelo caminho o socialismo foi ficando cada vez mais ao fundo
da gaveta, deixando socialistas moderados e sociais-democratas, que
tantas vezes se cruzam, órfãos que procuraram outras soluções
amiúde entre aqueles considerados radicais.
O
socialismo e social-democracia são hoje espécies em vias de
extinção e os partidos que perfilharam essas correntes ideológicas
centros de inanidade e de confusão.
Não
admira pois que o PSOE seja mais uma baixa a engrossar uma já longa
lista de outros partidos que conhecem o abismo como destino. É para
lá que vai o socialismo em Espanha.
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