A
polémica causada por Jean-Claude Juncker, sem particular razão de
ser, não passou ao lado do PSD. Se já se desconfiava que os mais
elementares princípios éticos andavam ausentes da Rua de São
Caetano, agora ainda ficamos com mais certezas.
Apregoa-se
a ideia de que existe mais vida para além da política e que quem
por lá andou tem precisamente a necessidade de refazer a sua vida,
nem que seja numa instituição como a Goldman Sachs. É também
evidente que Durão Barroso, com os seus privilégios de
ex-Presidente da Comissão, poderia facilitar a vida ao partido de
pertence.
O
que não é admissível, pelo menos na óptica de Luís Montenegro,
deputado do PSD, é que Juncker se meta no assunto. Montenegro chega
a afirmar que se trata de "um espectáculo que não abona a
favor da Europa", ao contrário do que se tem passado com as
doses cavalares de austeridade que deliciaram o partido.
É
fácil esquecer que a democracia pertence ao povo e não aos
oportunistas que se passam por representantes desse povo. É fácil
esquecer que são pessoas como Barroso que para além de desprezarem
os mais elementares princípios éticos, retiram soberania ao povo na
precisa medida que, enquanto políticos, defenderam interesses que
não eram os do povo. Durão Barroso e outros enfraqueceram a
democracia e devem ser tratados como aquilo que sempre foram:
representantes de interesses que não são consonantes com os
interesses do povo, por muito que isso cause desagrado a partidos
como o PSD. Mas é também precisamente assim que se define um
partido.
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