Em
plena silly season e depois de um período manifestamente
difícil para uma oposição desnorteada, a comunicação social,
despida de assuntos, faz uma tempestade num copo de água em torno do
IMI.
Desde
logo, o principal critério das notícias veiculadas não é o rigor.
Propagou-se a ideia de que este Governo pretende taxar a localização,
disposição solar ou vista, como se esses critérios fossem uma
inovação do actual Executivo. Não é assim. Os referidos critérios
já existem e fazem parte do IMI. O que passa a existir é uma
variação mais alargada que na prática podem aumentar o valor
associado ao imóvel em 20 por cento, como podem reduzi-lo em 10 por
cento.
Podemos
naturalmente discordar da medida, o que não se justifica é tanta
celeuma e tanta ausência de rigor nas notícias que abordam o tema.
É
também evidente que os comentadores de serviço, descredibilizados
por se terem associado à tecnocracia de Bruxelas e à mediocridade
do anterior Governo, procuram avidamente assuntos que lhes permitam
recuperar a tal credibilidade perdida. E não há melhor forma de o
conseguirem do que se agarrarem ao pouco que pode eventualmente
existir de negativo com o actual Executivo.
Com
efeito, não se justifica esta tempestade num copo de água. A medida
implica um aumento de impostos, mas também uma redução, consoante
o caso. Há ou não progressividade? Pelos vistos sim. Discuta-se a
medida, mas com rigor. É para isso que serve a comunicação social.
Ou era para isso que servia a comunicação social.
Comentários