Desde logo importa lembrar que a
política subjuga-se à ética e que os secretários de Estado do
actual Governo esqueceram o princípio acima enunciado. Sou das que
consideram que, depois da promiscuidade entre esses membros do
Governo e uma empresa privada, ainda para mais em conflito com o
Estado, só existe uma saída: demissão.
Todavia, não deixa de ser curioso ver
a oposição exigir um comportamento ético dos outros, com toda a
veemência humanamente possível, esquecendo que em suas próprias
casas reina a promiscuidade, com maior ou menor nojo. Essa oposição
é a mesma que vocifera incessantemente que se desrespeitou a ética
republicana, sem que aprofundem o que consideram como sendo a ética
republicana. Para esta oposição a ética é quando convém.
Os secretários de Estado do actual
Governo erraram e não emendam a mão demitindo-se. Ignoram que estão
desta forma a contribuir para o descrédito da política que se tem
esquecido de se subjugar à ética e concedem argumentos a uma
oposição, longe de ser impoluta, mas que conta com a memória curta
de muitos de nós e com uma comunicação social ao serviço dessa
mesma oposição. Neste contexto não pode haver lugar ao mínimo
erro, quanto mais a esta promiscuidade bacoca entre membros do
Governo e empresas privadas, tudo a troco de uns bilhetes para um
jogo de futebol.
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