Sabemos
que Passos Coelho lida mal com a sua insignificância, sobretudo
quando a mesma é mais e mais evidente. Mas daí a referir-se à
actual legislatura como sendo "roubada" é, para além de
excessivo, de mau-gosto, sobretudo para um ex-primeiro ministro e
líder do maior partido da oposição.
Passos
Coelho não terá a capacidade de perceber que frases como "o
Governo tem o dever de cumprir a legislatura que roubou" são
sobretudo contraproducentes. Com efeito, o antigo primeiro-ministro
nada ganha com isso, ficando apenas a imagem de quem tem uma visão
particularmente exígua da democracia, manifestando um acentuado
desconforto na oposição.
Ansioso
por uma hecatombe que lhe permita um regresso ao poder, debaixo de
aplausos empolados por uma comunicação social rendida aos
interesses económicos, e para gáudio do séquito que ainda o
acompanha, Passos Coelho nem sequer chega a ser provocador, deixando
antes ficar a imagem de quem é incapaz de contrariar a sua pequenez.
Ninguém roubou a legislatura - Passos Coelho não foi capaz de
formar uma maioria no Parlamento por ter passado quatro anos a fechar
toda e qualquer porta, enquanto sacrificava o povo português. O
resultado foi a união histórica das esquerdas.
As
palavras também contam, mesmo que aqueles que ainda estão atentos
às mesmas sejam em número consideravelmente inferior. Resta a
Passos Coelho contar com uma comunicação social conivente com os
seus disparates e com instituições europeias acéfalas.
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