Arrancou
ontem a Convenção do Partido Democrata que consagra Hillary Clinton
como a candidata democrata e depois do triste espectáculo oferecido
por Trump e pelos seus apaniguados, espera-se um regresso à
normalidade.
É
evidente que Hillary Clinton não será a candidata desejada por
muitos democratas. Demasiado comprometida com o "establishment",
pouco carismática e sem ideias que levem às mudanças almejadas por
muitos, Hillary tentará não comprometer, tendo a seu favor,
paradoxalmente, estar a combater politicamente um dos maiores
desastres na prossecução da presidência americana: Donald Trump.
O
Partido Democrata procurará passar a ideia de união, embora os
documentos revelados na semana passada e que dão conta de um esforço
hercúleo por parte do partido com o objectivo de minar a campanha de
Bernie Sanders possa ser um motivo de desunião. Ainda assim, Trump
tem o condão de aproximar todos de Hillary que contará, creio eu,
com o apoio das grandes comunidades nos EUA - todos excepto parte da
comunidade branca, o que não chegará para eleger um Presidente,
apesar
das peculiaridades do sistema eleitoral americano.
É
precisamente essa a grande vantagem de Clinton: Trump espalha o ódio,
afasta os moderados, nada faz para combater as tensões sociais, bem
pelo contrário, o que pode resultar numa base de apoio e de votação
sem margem para crescimento. Espero vir a ter razão, afinal de
contas, o EUA e o mundo não precisam de um Trump.
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