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A hora das sanções

Com o fogo no rabo, Alemanha e responsáveis pelas decadentes instituições europeias preparam-se para aplicar sanções, ou pelo menos perpetuarem a possibilidade de castigos. Hoje, aparentemente, é mais um dia de ameaças, a ver vamos se essas ameaças, raspanetes e fins se transformam em qualquer coisa mais substancial.
Mesmo que, por hipótese, Alemanha e decadentes instituições europeias se fiquem pelas ameaças, pelo costumeiro tom de superioridade e por aquela espécie de sadismo de que se revestem as almas mais medíocres, restará apenas mais um sinal de uma Europa sem rumo.
Nem com o terramoto causado pelo Brexit os medíocres tiveram o bom senso de agir em conformidade, ou seja, actuar de acordo com a rebelião das águas, procurando não fazer mais ondas. Não. Pelo contrário, entre ameaças de um segundo resgate proferidas pelo ministro das Finanças alemão, e a possibilidade de sanções, a UE caminha alegremente para o precipício. Sendo certo que até lá chegar o governo alemão já ajudou, e muito, o Deutsch Bank a limpar a sua toxicidade conseguida nos bons anos em que a pornografia financeira foi prolifera, com maior ou menor sofisticação,
Por cá, as alminhas de uma certa direita, tudo fazem para disfarçar o seu gozo com a possibilidade de aplicação de sanções. De resto, seria pouco patriota pedir sanções para o seu próprio país. 

A hora dos castigos aproxima-se e com ela permanecerá mais um indicador de que esta Europa tudo quer fazer para demonstrar que não vale a pena lutar por ela. 

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