A
resposta, por muito que o tempo passe, continua a ser óbvia: pelas
ruas das amargura. Onde está a doutrina que defende a dignidade de
todas as pessoas, a solidariedade ou o bem comum? E nem o Papa
Francisco, um verdadeiro apologista da dita doutrina, consegue meter
juízo na cabeça dos mais proeminentes membros da Igreja portuguesa.
O exemplo do Papa Francisco seria mais do que suficiente,
A
Igreja juntou-se novamente a figuras sinistras da direita como Passos
Coelho, procurando defender avidamente os contratos de associação.
Em nome de pais, alunos e afins, os mais proeminentes membros da
Igreja desdobram-se em declarações e participam em protestos. Há
não muito tempo esses mesmos membros da Igreja chamavam a atenção
para o facto das "ruas" nada resolverem, numa crítica
àqueles que protestavam contra o desemprego, contra a miséria, em
suma, numa crítica dirigida a todos os que procuravam,
democraticamente, manifestar o seu descontentamento. Agora, num
exercício de perfeita incoerência, a mesma Igreja adopta como causa
a antítese do que é postulado pela sua doutrina social.
Compreende-se.
Não estão a ser mais do que pragmáticos. Afinal de contas, os
interesses falam mais alto, também entre aqueles que dizem defender
os mais desfavorecidos. Os mansos e os humildes herdarão o reino dos
céus. Até lá continuarão a sofrer, com o beneplácito da Igreja.
Bom, talvez exceptuando os que vestem de amarelo.
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