Confesso
que as palavras de António Costa, após o convite do Presidente
francês para a contratação em França de professores portugueses,
não me deixou particularmente satisfeita. Por uma questão de
coerência, expresso essa insatisfação, embora me parece igualmente
relevante chamar a atenção para o contexto em que as mesmas
palavras foram proferidas.
Será
escusado recordar as palavras de Passos Coelho, dirigidas aos
desempregados, professores e não só. Com particular ênfase, Passos
Coelho fez convites directos à emigração, sem qualquer contexto
que permitisse aligeirar o peso das suas palavras.
António
Costa acabou por cair na esparrela de proferir afirmações
semelhantes, embora sem a mesma avidez, e num contexto que faz toda a
diferença: depois do Presidente francês François Hollande
endereçar um convite nesse sentido que acabou por ser corroborado
por António Costa.
Todavia,
e por uma questão de coerência, importa referir que teria sido
preferível que António Costa não tivesse proferido as palavras que
agora causam polémica e forte excitação à direita. Não o deveria
ter feito por razões óbvias, mas sobretudo não o deveria ter feito
porque assim caiu na asneira de dar alento àqueles que fazem
comparações entre os seus actos e os de Passos Coelho. Essa
comparação, só por si, já é suficiente para dissuadir qualquer
um.
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