Passos
Coelho até tinha piada - tantas são as contradições - se não
fosse o seu carácter exasperante. Então não é o que anterior
primeiro-ministro, que andava com os pergaminhos neoliberais debaixo
do braço, é agora um acérrimo defensor do papel intervencionista
do Estado, pelo menos no que diz respeito às injecções de dinheiro
do Estado em colégios privados, mesmo quando existe alternativa
pública. Agora sim é preciso Estado, muito Estado. Esqueçam as
críticas do passado à subsidio-dependência. Neoliberal, mas só
para os outros. De resto, tudo isto é um neoliberalismo aldrabado;
um neoliberalismo para os outros - para a generalidade dos
portugueses, mas não para uma elite também ela de trazer por casa.
Mas
entre as demais trapalhadas de Passos Coelho consegue-se vislumbrar
alguma coerência. Foi no Governo de Passos Coelho que se aumentou a
despesa com os ditos colégios privados, alterando-se as regras já
no final da legislatura. Com estas políticas o neoliberal Passos
Coelho aumentou a despesa anual em mais de 50 milhões de euros.
Coerente, é um facto.
Infelizmente
para Passos Coelho este nem sequer consegue ser neoliberal, nem
tão-pouco social-democrata, como pretende, pelo menos nos últimos
tempos. Não é neoliberal porque o Estado - esse maldito - tem dias
em que faz falta, pelas piores razões, mas faz. E muito menos será
social-democrata, como finge ser, por razões tão evidentes que
dispensam explanação.
Quanto
à polémica em torno dos contratos com colégios privados, deixo o
vídeo de Ricardo Paes Mamede que me parece suficientemente claro.
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