E
se a viabilidade do TTIP (Transantlatic Trade and Investment
Partnership) dependesse de nós? Quando digo nós refiro-me aos
portugueses. Dito por outras palavras: e se, por mero absurdo, a
oposição por parte dos cidadãos ao TTIP estivesse restringida a
Portugal? Como seria?
A
resposta é evidente, desde logo o TTIP era desconhecido até há uns
dias atrás e, apesar de alguma visibilidade concedida pela
comunicação social escrita, continuará a sê-lo para a esmagadora
dos portugueses.
Por
conseguinte, se a viabilidade do TTIP dependesse da pressão dos
cidadãos portugueses, o mesmo teria todas as hipóteses de ser
bem-sucedido.
Felizmente,
o futuro do TTIP depende sobretudo de outros cidadãos europeus que
têm vindo a exercer pressão sobre os seus representantes políticos,
seja através de manifestações, artigos, troca de informação,
coadjuvada por fuga. Agora o TTIP parece não ir no bom caminho.
Depois
do TTIPLeaks ter ajudado a perceber, com maior detalhe, a gravidade
do que estava a causa, já existem líderes europeus a mostrar a sua
relutância, com a França à cabeça. Sem a França não haverá
qualquer espécie de acordo entre UE e EUA. Uma excelente notícia
que não significa que as tentativas de liberalizar ainda mais as
relações comerciais, com efeitos desastrosos no ambiente, nas
relações laborais, na saúde pública e nas próprias democracias,
cessem com um eventual fim do TTIP.
Voltando
à questão em epígrafe: e se dependesse de nós? Estaríamos todos
em maus lençóis. É doloroso reconhecer que por aqui reina a
ignorância, o desinteresse e o hermetismo.
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