Sabemos
que a isenção e o rigor andam amiúde afastados do jornalismo, em
Portugal, como em boa parte do mundo, mesmo em contextos democráticos
onde a concentração dos meios de comunicação social resulta num
jornalismo pobre e enviesado.
Mas
a RTP, designadamente o jornalista José Rodrigues dos Santos, bate
todos os recordes de falta de isenção, raiando tantas vezes o
ridículo. Já tínhamos assistido a observações menos felizes do
jornalista em questão, designadamente a propósito da Grécia -
observações revestidas de uma boçalidade gritante -, e agora somos
brindados com um jornalista de cabeça perdida com a esquerda
"radical" (desta feita a propósito da dívida soberana),
perdendo a pujança da voz pelo caminho. O espectáculo para além de
deprimente não cabe nem no jornalismo que se quer isento e rigoroso,
nem num canal que presta serviço público de informação.
José
Rodrigues dos Santos não informa, regurgita raiva de cada vez que
fala da solução política que governa o país. Para a dita
regurgitação de raiva seria mais apropriado um programa específico,
eventualmente com Rodrigues dos Santos de estribeiras perdidas,
acompanhado por palhaços para aligeirar o clima. Agora não se
pretenda chamar jornalismo ao que o senhor em questão faz.
Porventura já o terá feito no passado; chame-se o que quiser, não
se pode falar é em jornalismo.
Para
que não haja equívocos, importa referir que esta crítica está de
acordo com o princípio do pluralismo que norteia a democracia. Não
se pretende, evidentemente, cercear
a liberdade de opinião de José Rodrigues dos Santos, só se pede
que essa opinião não seja confundida com informação.
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