Desprovida
de ideias que não brotem da cartilha neoliberal ou assim-assim, a
direita portuguesa encontrou nos contratos de associação com
escolas privadas uma causa. Infelizmente para a dita direita - PSD de
Passos Coelho e CDS de Assunção Cristas (faz de conta) - essa é
uma causa que não é partilhada pela maioria dos portugueses que
simplesmente não compreendem a duplicação de ofertas e os gastos
excessivos do Estado com escolas privadas quando existe oferta
pública.
Passos
Coelho e Cristas poderiam ter escolhido outras causas: a luta contra
o desemprego, o combate as desigualdades, por exemplo. Pelo menos
podiam fingir que essas eram batalhas a ser travadas. Não,
preferiram escolher uma causa que não colhe na opinião da maior
parte dos cidadãos.
Contrariamente
ao que o bom senso ditaria, Passos Coelho, Cristas e coisas similares
insistem nesta batalha. As razões começam também elas a ser
evidentes: os interesses são muitos e é por esses interesses que a
direita luta - interesses que, mais uma vez, não se coadunam com
aqueles da maioria dos portugueses.
O
que esta causa da direita vem demonstrar é que PSD e CDS não passam
de partidos empenhados em salvaguardar os interesses de uma de casta
decrépita. Nem tão-pouco se trata de uma luta ideológica, até
porque a referida direita não é propriamente uma direita de ideias,
mas antes de negócios. É apenas disso que se trata: negócios. A
isto, se quisermos ser mais generosos, podemos acrescentar uma
arrogância exasperante que redunda amiúde em exercícios de
humilhação dos protagonistas que ainda o são por falta de
alternativa. E para a defesa da causa fala tudo, até
instrumentalizar crianças dos ditos colégios privados.
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