Somos particularmente adeptos da
crítica, da crítica pela crítica, apesar de pouco ou nada fazermos
para mudar o que consideramos estar errado. Esta posição, diria
transversal ao povo português, explica as críticas que recaem sobre
o primeiro-ministro António Costa depois de o mesmo ter optado por
explicar o OE2016 através de uma sucessão de vídeos.
Se António Costa tivesse escolhido o
silêncio e a evidente inexistência de explicações sofreria
críticas por não prestar os devidos esclarecimentos. Ora, o
primeiro-ministro escolheu a transparência e a natural explicação
aos cidadãos. Reconheço que se trata de um exercício pouco
habitual na nossa democracia e que a mesma tem andado afastada do
diálogo permanente entre poder político e cidadãos. Talvez as
críticas que recaem sobre Costa também se possam explicar pela
falta de hábito. Mas António Costa será sobretudo preso por ter
cão e preso por não ter. A irracionalidade, como se tem visto pelas
sucessivas declarações de membros da direita, tem andado ausente da
discussão política.
Costa fez bem. É também destes
aparentemente pequenos gestos que se consolida a democracia.
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