O nosso destino é indissociável do
destino dos restantes Estados-membros da União Europeia,
designadamente dos países do Sul da Europa, o que explica, em larga
medida, a pressão das instâncias europeias ao Governo português,
sobretudo agora que o Executivo de António Costa entregou o esboço
do Orçamento de Estado.
Com a indefinição política em
Espanha, onde existe a possibilidade de um governo de esquerda e com
os italianos a mostrarem que não estão dispostos a sucumbir às
pressões de Bruxelas, resta apertar com Portugal – país cujas
lideranças políticas dos último anos podiam dar verdadeiras lições
sobre fidelidade canina. António Costa, pelo menos até agora, dá
sinais de querer reverter essa postura, dando outra imagem do país
longe da insignificância que outros quiseram aprofundar no passado
recente. Costa e a solução que a esquerda encontrou chega a ser
motivo de inspiração em Espanha.
Mas pode ser que a mudança esteja de
facto a chegar.
Por cá assistimos a uma
multiplicidade de exemplos de irresponsabilidade. Por um lado uma
comunicação social a torcer para que tudo corra mal; por outro, uma
oposição a contribuir para que tudo corra efectivamente mal. A
mesma oposição que dizia uma coisa para consumo interno e outra
diametralmente oposta às instâncias europeias; uma oposição que
com a bandeira de Portugal na lapela dizia que tudo fazer para
garantir a salvaguarda do interesse nacional. Uma oposição que
insiste no sucesso de uma receita contra todas as evidências.
Comentários