Contrariamente
ao que assistimos nos últimos anos, o Governo em funções,
coadjuvado pelos restantes partidos de esquerda, negociou com os
senhores de Bruxelas o Orçamento de Estado, salvaguardando
rendimentos do trabalho e pensões. E apesar de todas as dificuldades
externas e internas, Costa conseguiu um feito: passar o Orçamento
com a aprovação de partidos que em quatro décadas nunca o haviam
feito. Vivemos tempos únicos.
É
evidente que este não é o orçamento desejável. Existe um aumento
da carga fiscal, embora longe do que aconteceu no passado recente e a
reposição de rendimentos é módica.
No
entanto, quebrou-se o ritmo da austeridade cavalar que penalizou
incomensuravelmente quem trabalha e trabalhou. Essa é uma grande
vitória de todos os partidos que fazem parte da actual solução
governativa.
É
também evidente que são muitas as nuvens cinzentas a pairar sobre
nós: uma bolha financeira, uma União desunida, uma moeda sem futuro
e um sistema capitalista autofágico.
Ainda
assim, este é indubitavelmente o melhor caminho para ser trilhado
nas actuais circunstâncias. Do lado da oposição de pin na lapela
assistimos a exercícios de idiotice que não cessam de nos provocar
um enorme sentimento de vergonha alheia.
Comentários