Passos
Coelho prepara-se para mais dois anos à frente do PSD,
recandidatando-se ao lugar do Presidente do partido. Não havendo
oposição interna o anterior primeiro-ministro de má memória tem
tempo para se dedicar à construção de uma nova pessoa. Pelo menos
parece ser esse o seu grande objectivo.
De
liberal, neo-liberal ou coisa que o valha, Passos procura, entre a
mixórdia ideológica do partido, resquícios de social-democracia.
Provavelmente não as encontrará, mas pouca diferença faz, porque
não é só o poeta que é um fingidor, o político também o é. A
única diferença está entre ter sucesso ou não e o líder do PSD
não é exímio na matéria, mas a audiência também não será
particularmente exigente.
Mais
dois anos de Passos Coelho, ou pelo menos até a situação política
se deteriorar à esquerda e surgir então um Messias no Partido
Social-Democrata. Mais dois anos, ou durante o tempo em que o séquito
de Passos Coelho dominar as bases do partido.
A
notícia embora nos possa remeter para a náusea, de resto mais duas
horas de Passos Coelho já parece tormento a mais, quanto mais dois
anos, a verdade é que a notícia não será eventualmente assim tão
negativa quanto isso. E porquê? Porque enquanto Passos Coelho andar
por aí, a esquerda dificilmente deixará de estar unida. O elo de
ligação é precisamente o anterior primeiro-ministro.
Sim,
dois anos são uma possibilidade. Resta no entanto saber como será a
Presidência de Marcelo Rebelo de Sousa que, como se sabe, não morre
de amores por Pedro Passos Coelho. A ver vamos se Marcelo não
forçará uma outra liderança no PSD, o que poderia fragilizar a
união das esquerdas.
Comentários