Passos
Coelho, mestre no acto de ajoelhar perante as instituições
europeias enquanto acusava os portugueses de pieguice, vem agora, num
exercício humilhante, acusar o actual Governo liderado por António
Costa de se ter ajoelhado perante a Europa". O mesmo Passos
Coelho que na mais das vezes que deu lições sobre como ajoelhar,
vem agora acusar Costa de fazer o mesmo. Aliás, Passos foi para além
do ajoelhar, procurando ir mais longe do que a própria troika. Nem
sei bem como classificar tal atitude.
Podemos
recorrer a uma miríade de adjectivos para caracterizar a postura do
anterior primeiro-ministro, mas o adjectivo que provavelmente
encontra um melhor enquadramento é "desesperado".
No
cômputo geral é de desespero que falamos, sobretudo depois de se
perceber que a negociação é possível, contrariamente à postura
de total subserviência adoptada pelo anterior governo. A negociação
que teve lugar entre o actual Governo e as instituições europeias
veio esvaziar de sentido toda a argumentação do anterior Executivo
de Passos Coelho.
Paralelamente,
o acordo entre as esquerdas tem-se revelado sólido, contrariamente
às expectativas da direita mais assanhada, a aprovação do OE2016
vem mostrar isso mesmo. Deste modo, o comportamento do anterior
primeiro-ministro, marcado pelas já habituais incongruências,
assemelha-se também ao de um animal encurralado que se move apenas
pelo instinto primário de sobrevivência. Andará a titubear,
descoordenado e desesperado até que alguém, no PSD, lhe inflija o
golpe fatal.
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