É
possível afirmar que vivemos momentos de excitação colectiva,
designadamente de comentadores e jornalistas associados a uma agenda
que não é aquela que serve os cidadãos, designadamente através de
uma opinião fundamentada, com rigor e com isenção (no caso
concretos dos jornalistas). A razão para tal excitação colectiva
são os ventos que sopram de Bruxelas; ventos esses que bem podem ser
de pequena intensidade, mas aos olhos dos comentadores e jornalistas
do regime são verdadeiras tempestades.
Primeiro
foram as diferenças entre os partidos da esquerda que nunca poderiam
resultar numa união de esforços; depois terá sido a posição dos
sindicatos que podia dividir PS do PCP; mais tarde verificou-se que
os mercados que não entraram em sobressalto com a solução de
esquerda; posteriormente o mesmo se passou com aqueles que jogam e
dominam em larga medida os mercados numa espécie de arbitragem
comprada - as agências de notação financeira; depois uma carta de
Bruxelas, como outras que Maria Luís recebeu mas ninguém fez caso,
e agora novamente o peso da inevitabilidade das imposições
europeias. Tudo levado ao exagero e não raras vezes a raiar o
absurdo.
A
excitação colectiva de comentadores e jornalistas redunda na
vontade expressa de que tudo corra mal ao Partido Socialista. Estou
convicta que há quem anseie por um regresso de Passos Coelho e dos
seus acólitos. De resto, Passos Coelho foi tão bom para os negócios
e, naturalmente, deixou saudades. A dita excitação colectiva também
se explica com o facto de que o falhanço deste Governo pode implicar
o regresso de Passos Coelho ou criatura similar.
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