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E agora?

A direita anda desorientada, é um facto. Depois de anos de políticas de empobrecimento baseadas invariavelmente na teoria da inevitabilidade que visaram os "piegas" e depois de perderem o poder, PSD e CDS tudo fizeram para que o OE2016 sofresse o chumbo das instituições europeias.
Todavia, o OE2016, após as negociações encetadas por Costa e por Centeno, passou pelo crivo da Comissão deixando Passos Coelho e os seus acólitos órfãos de argumentos. Afinal pode-se negociar e conseguir resultados diferentes dos apregoados por PSD e CDS. Afinal a postura de subserviência não é condição sine qua non para os representantes políticos portugueses. Afinal podemos andar erguidos e não vem daí mal ao mundo.
E agora? O que resta à frouxa linha de argumentação de PSD e CDS? Resta criticar os aumentos de impostos contidos no orçamento, o tais que atingem bens importados longe de serem considerados de primeira necessidade e inventar uma nova ideia de classe média.
PS e restantes partidos de esquerda conseguiram preservar os rendimentos do trabalho, não ultrapassando nenhuma linha vermelha e cumprindo aquilo que prometeram - outra novidade dos últimos anos. PS e restantes partidos de esquerda conseguiram negociar com os obtusos de Bruxelas um Orçamento de Estado oposto ao empobrecimento a que o país tem sido sujeito e ainda assim conseguir que o mesmo seja aprovado. Não restam muitos argumentos à direita vazia e assanhada.

Ainda assim haverá quem, em exercícios de perfeito masoquismo, terá saudades de uma criatura de seu nome Pedro Passos Coelho, a começar pela comunicação social também ela comprometida como nunca se tinha visto.

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