Já
se tinha percebido que as coisas não estavam a correr bem a uma
certa direita portuguesa. Primeiro não conseguiram a tão desejada e
necessária maioria absoluta; depois António Costa entendeu-se com
os partidos à sua esquerda, numa solução política verdadeiramente
inédita; depois ainda o Presidente estrebuchou, mas sem
consequências; mais recentemente o OE2016 é aprovado com os votos
da esquerda; pelo caminho Bruxelas e os mercados sobreviveram a um
governo de esquerda em Portugal e mais recentemente a insuspeita
Moody's dá a sua aprovação ao Governo de Costa, dando crédito
positivo pela aprovação do OE e afastando o cenário de eleições
antecipadas. Até tu Moody's! Até os tão amados mercados se viraram
contra a direita assanhada.
Toda
a argumentação de Passos Coelho assente na teoria da
inevitabilidade caiu por terra em parcos meses. A solução política
de esquerda é sólida e já são poucos os piegas que compreendem as
políticas dos últimos anos, agora que se está a mostrar que é
possível fazer diferente.
Passos
Coelho, num partido com resquícios de bom senso, seria olhado como
um fracasso, sobretudo quando se percebe que a retórica bacoca do
anterior primeiro-ministro foi totalmente despida de fundamento.
Porém não será esse o caso. As hostes laranjas agarram-se à
esperança de um fracasso da esquerda e do subsequente período
eleitoral que daria, nos seus seus sonhos mais atrevidos, uma maioria
absoluta ao PSD.
O
CDS, sem Portas, mas com Portas, acabará por se afasta deste PSD
condenado ao insucesso e apostado em exercícios verdadeiramente
autofágicos.
Até
tu Moody's! Até esta agência de rating, filha do capitalismo
selvagem e aliada de uma direita vendida, traiu a nossa direita
assanhada que dificilmente recuperará de mais esta afronta dos
mercados. A direita assanhada de pin na lapela tem razões para andar
cada vez mais desorientada.
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