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Venceu o candidato do outro tempo

Venceu o candidato presidencial do outro tempo que finge que pertence a este tempo. Venceu o candidato que escondeu a sua predileção pelo anterior regime e pelos seus protagonistas e que em democracia procurou adaptar-se, não tanto com uma nova estrutura de pensamento, mas antes com frases simplistas e sorrisos amistosos.
E é assim que o país escolheu o candidato que menos condições oferece para revitalizar o cargo de Presidente da República. Outros escolheram ficar em casa, desprezando a democracia, uns de forma deliberada outros por pura displicência.
Para Costa, paradoxalmente, as notícias não são as piores: a candidata que representava a esquerda aldrabada de Francisco Assis e figuras similares sofreu mais uma derrota clamorosa. A primeira derrota surgiu precisamente com o famoso jantar organizado por Francisco Assis cujo cardápio tinha como estrela o leitão e que, a julgar pela fraca adesão, redundou numa incomensurável quantidade de sandes de leitão.
Paralelamente, enquanto Passos Coelho andar por aí, mais concretamente enquanto Passos andar pela liderança do PSD, Costa pode estar mais descansado: Passos está longe de ser o preferido do novo Presidente Marcelo Rebelo de Sousa e Passos continua a servir de argumento para a união das esquerdas. Em rigor e apesar das evidentes dificuldades ninguém à esquerda está interessado em regressar a uma solução política que inclua Pedro Passos Coelho.

Venceu Marcelo, o candidato do antigamente, que nos vai jurar todos os dias ser o candidato do presente e do futuro. 

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