Avançar para o conteúdo principal

Venceu o candidato do outro tempo

Venceu o candidato presidencial do outro tempo que finge que pertence a este tempo. Venceu o candidato que escondeu a sua predileção pelo anterior regime e pelos seus protagonistas e que em democracia procurou adaptar-se, não tanto com uma nova estrutura de pensamento, mas antes com frases simplistas e sorrisos amistosos.
E é assim que o país escolheu o candidato que menos condições oferece para revitalizar o cargo de Presidente da República. Outros escolheram ficar em casa, desprezando a democracia, uns de forma deliberada outros por pura displicência.
Para Costa, paradoxalmente, as notícias não são as piores: a candidata que representava a esquerda aldrabada de Francisco Assis e figuras similares sofreu mais uma derrota clamorosa. A primeira derrota surgiu precisamente com o famoso jantar organizado por Francisco Assis cujo cardápio tinha como estrela o leitão e que, a julgar pela fraca adesão, redundou numa incomensurável quantidade de sandes de leitão.
Paralelamente, enquanto Passos Coelho andar por aí, mais concretamente enquanto Passos andar pela liderança do PSD, Costa pode estar mais descansado: Passos está longe de ser o preferido do novo Presidente Marcelo Rebelo de Sousa e Passos continua a servir de argumento para a união das esquerdas. Em rigor e apesar das evidentes dificuldades ninguém à esquerda está interessado em regressar a uma solução política que inclua Pedro Passos Coelho.

Venceu Marcelo, o candidato do antigamente, que nos vai jurar todos os dias ser o candidato do presente e do futuro. 

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Mais uma indecência a somar-se a tantas outras

 O New York Times revelou (parte) o que Donald Trump havia escondido: o seu registo fiscal. E as revelações apenas surpreendem pelas quantias irrisórias de impostos que Trump pagou e os anos, longos anos, em que não pagou um dólar que fosse. Recorde-se que todos os presidentes americanos haviam revelado as suas declarações, apenas Trump tudo fizera para as manter sem segredo. Agora percebe-se porquê. Em 2016, ano da sua eleição, o ainda Presidente americano pagou 750 dólares em impostos, depois de declarar um manancial de prejuízos, estratégia adoptada nos tais dez anos, em quinze, em que nem sequer pagou impostos.  Ora, o homem que sempre se vangloriou do seu sucesso como empresário das duas, uma: ou não teve qualquer espécie de sucesso, apesar do estilo de vida luxuoso; ou simplesmente esta foi mais uma mentira indecente, ou um conjunto de mentiras indecentes. Seja como for, cai mais uma mancha na presidência de Donald Trump que, mesmo somando indecências atrás de indecências, vai fa

Normalização do fascismo

O PSD Açores, e naturalmente com a aprovação de Rui Rio, achou por bem coligar-se com o "Chega". Outros partidos como o Iniciativa Liberal (IL) e o CDS fizeram as mesmas escolhas, ainda que o primeiro corra atrás do prejuízo, sobretudo agora que a pandemia teve o condão de mostrar a importância do Estado Social que o IL tão avidamente pretende desmantelar, e o segundo se tenha transformado numa absoluta irrelevância. Porém, é Rui Rio, o mesmo que tem cultivado aquela imagem de moderado, que considera que o "Chega" nos Açores é diferente do "Chega" nacional. Rui Rio, o moderado, considera mesmo que algumas medidas do "Chega" como a estafada redução do Rendimento Social de Inserção é um excelente medida. Alheio às características singulares da região, Rui Rio pensa que com a ajuda do "Chega" vai tirar empregos da cartola para combater a subsidiodependência de que tanto fala, justificando deste modo a normalização que está a fazer de um pa

Outras verdades

 Ontem realizou-se o pior debate da história das presidenciais americanas. Trump, boçal, mentiroso, arrogante e malcriado, versus Biden que, apesar de ter garantido tudo fazer  para não cair na esparrela do seu adversário, acabou mesmo por cair, apelidando-o de mentiroso e palhaço.  Importa reconhecer a incomensurável dificuldade que qualquer ser humano sentiria se tivesse que debater com uma criança sem qualquer educação. Biden não foi excepção. Trump procurou impingir todo o género de mentiras, que aos ouvidos dos seus apoiante soam a outras verdades, verdades superiores à própria verdade. Trump mentiu profusamente, até sobre os seus pretensos apoios. O sheriff de Portland, por exemplo, já veio desmentir que alguma vez tivesse expressado apoio ao ainda Presidente americano. Diz-se por aí que Trump arrastou Biden para a lama. Eu tenho uma leitura diferente: Trump tem vindo a arrastar os EUA para lama. Os EUA, nestes árduos anos, tem vindo a perder influência e reputação e Trump é o ma