Marcelo
Rebelo de Sousa afirmou que Portugal precisa de um Presidente que
tenha o magistério do afecto. Até me considero uma pessoa
sentimental quanto baste e até certo ponto uma romântica, mas não
vejo a necessidade de afectos por parte de um Presidente da
República. Por outras palavras: procuro os afectos dos que me são
próximos, mas dispenso aqueles pretensamente oferecidos por Marcelo,
candidato Presidencial.
Não
sei se deva interpretar esse magistério do afecto num contexto de
romantismo, eventualmente até como expressão artística e
filosófica do termo, em oposição às expressões iluministas. Em
bom rigor, não sei mesmo como interpretar as palavras do
comentador/candidato. Ou melhor, desconfio. Desconfio que Marcelo
nada tem para dizer e que vai passar as semanas até dia 24 a comer
folhados, a sorrir, amiúde sem grande vontade, e a disparar umas
frases inócuas, mas aparentemente conciliadoras.
Depois
dos debates que manifestamente não correram bem, resta a Marcelo os
sorrisos mais ou menos amarelos, um rissol ou um folhado e dizer que
nos ama a todos. Assim como também é notório que Passos Coelho e
Paulo Portas não estão convidados para o referido magistério do
afecto. Tenho poucas certeza de que para eles exista um candidato do
“coração”.
Dos
candidatos presidenciais escolherei aquele que der mais garantias de
ser capaz de revitalizar o cargo, o mais humanista, o mais sensato e
o que oferecer mais substância. Não procurarei aquele que está
disponível para os afectos, dispensando assim o magistério ou
a campanha
do afecto, seja lá isso o que for.
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