Mais
uma vez assistimos à desunião das esquerdas, desta feita numas
eleições que alguns parece quererem menosprezar. O erro é evidente
e a fazer fé nas sondagens teremos um Marcelo durante 5 anos. Tudo
graças à mediatização de uma figura com pouco substância e
muitos sorrisos, mas sobretudo devido à já tradicional desunião
das esquerdas.
Parece
também evidente que os partidos de esquerda estão mais interessados
em marcar posição do que em ter um Presidente substancialmente
diferente daquele que ocupou o Palácio de Belém na última década,
com todos os malefícios inerentes. Esta tentativa de marcar posição
pode também ser consequência da solução de esquerda que governa o
país (PS no Governo com apoio parlamentar dos restantes partidos de
esquerda). A ideia parece ser: juntos até certo ponto, mas não tão
juntinhos assim.
Dir-se-á
que todos os partidos da esquerda querem manter a sua identidade
incólume, como se os apoios e o diálogo pudessem ferir de morte
essa identidade. Seja como for, escolheu-se o pior dos caminhos: a
desunião pode resultar na eleição do candidato da direita, com a
agravante de se tratar de alguém que faz da dissimulação uma forma
de sobrevivência.
O
esquerda acabará por pagar, como sempre pagou, a factura da sua
fragmentação e figuras como Maria de Belém acabarão relegadas
para a sua habitual insignificância. Entretanto os estragos estão
feitos.
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