A
existência de armamento nuclear, concretamente a bomba H (bomba de
hidrogénio), por parte da Coreia do Norte, embora ainda por
confirmar pela comunidade internacional, levantou já uma
multiplicidade de inquietações. Inquietações que vão para além
dos países da região.
A
confirmar-se da realização do teste nuclear de hidrogénio, é
expectável um incremento dos desequilíbrios geo-estratégicos.
Recorde-se que a Coreia do Norte é um país isolado mesmo depois do
fim da guerra fria e tem contado com lideranças déspotas e
fortemente autocráticas, inspiradas numa espécie de Estalinismo,
designadamente Kim Il-Sung (Presidente Eterno), Kim Jong-il e agora
Kim Jong-un; um país que conta com uma divisão da vizinha Coreia do
Sul - a chamada Zona Desmilitarizada da Coreia.
A
insistência numa ideologia apelidada de Juche – auto-suficiente -
e a postura de permanente ameaça que pode resvalar para o confronto
resultou num isolamento que teve custos incomensuráveis para o povo
norte-coreano. Ainda assim, esta ideologia mantém-se e, apesar do
carácter hermético do país, é notória da falta de lucidez das
suas lideranças, dispostas a sacrificar o próprio povo em nome da
ideologia e da divinização das lideranças, sobretudo do culto da
personalidade ainda prestado ao Grande Líder Kim Il.sung, falecido
nos anos 70.
Um
país que conta com uma das maiores forças militares do mundo aliado
a uma permanente conflitualidade e que agora acresce a ameaça
nuclear não pode deixar o mundo descansado. Paralelamente o actual
chefe das forças armadas e líder (vivo) do país, Kim Jon-un,
aparenta sofrer de várias patologias psiquiátricas. Era isto que
faltava para fazer de 2016 um ano verdadeiramente promissor e se a
Coreia do Norte já estava isolada, mais isolada ficará se se
confirmar a posse da bomba de hidrogénio. A mera ameaça já
desencadeou todo o tipo de inquietações.
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