A
uma semana das eleições presidenciais já é possível fazer uma
síntese daquilo que foi a campanha: um verdadeiro conjunto de nadas.
Evidentemente que os candidatos à Presidência da República merecem
um agradecimento por tanta vacuidade.
A
República merecia mais, mas de um modo geral estes candidatos acabam
por ser o reflexo do que somos enquanto país: dissimulados
(Marcelo), provincianos (Tino de Rans), desprovidos de conteúdo
(todos à excepção de Marisa Matias e Sampaio da Nóvoa), zangados
e fora do tempo (Marcelo e Henrique Monteiro), obcecados com um tema,
descurando tudo o resto (Paulo Morais), pouco exigentes (novamente
todos à excepção de Marisa Matias e Sampaio da Nóvoa), ávidos
por visibilidade, por muito efémera que esta possa ser (Marcelo e
outros) e dispostos a tudo para conseguir alcançar os seus
objectivos (Marcelo).
Vencerá
aquele que mais conseguir reunir as características acima
enunciadas, designadamente: dissimulado, desprovido de conteúdo,
pouco exigente, ávido por visibilidade e disposto a tudo para
conseguir os seus objectivos.
Assim, ganhará Marcelo, embora me pareça que o comentador/candidato será obrigado a disputar uma segunda volta. Ganhará Marcelo não apenas pelos anos de televisão, mas sobretudo por ser tão parecido com muitos de nós, os suficientes para vencer.
Assim, ganhará Marcelo, embora me pareça que o comentador/candidato será obrigado a disputar uma segunda volta. Ganhará Marcelo não apenas pelos anos de televisão, mas sobretudo por ser tão parecido com muitos de nós, os suficientes para vencer.
Marcelo
utilizou uma expressão curiosa: "não estão a ver o filme",
referindo-se aos adversários e manifestando um soberba bacoca.
Talvez Marcelo tenha razão. Os adversários e muitos de nós não
estamos a ver o filme, não pelas razões que Marcelo eventualmente
considera, mas apenas porque o filme de Marcelo é de tão má
qualidade que só se pode resumir a um conjuntos de nadas.
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