A
queda do Governo de Passos Coelho e Paulo Portas e a exequibilidade
de uma solução de esquerda representam excelentes notícias, por
todas as razões, mas especialmente por um determinado conjunto de
razões: a forma e a estratégia adoptadas pelos representantes
políticos no contexto europeu. O Partido Socialista, apoiado pelos
restantes partidos de esquerda, abandonará seguramente aquela
postura de subserviência aliada a uma inflexibilidade bacoca a que a
direita, infelizmente, nos habitou.
Assim deixaremos de ver os nossos representantes políticos encolhidos perante os mais fortes e apostados em tristes tentativas de prejudicar quem é mais fraco e pensa de forma diferente. Foram tantos os episódios pueris. Tantos e tão tristes.
Assim deixaremos de ver os nossos representantes políticos encolhidos perante os mais fortes e apostados em tristes tentativas de prejudicar quem é mais fraco e pensa de forma diferente. Foram tantos os episódios pueris. Tantos e tão tristes.
Imaginemos
o seguinte cenário: a configuração política na Europa,
designadamente entre os países que compõem a zona euro começa a
sofrer alterações. Países como Espanha ou Irlanda passam a ter
governos menos entusiasmado com a austeridade. Neste cenário, e por
absurdo ainda com um Governo de Passos Coelho, assistiríamos à
repetição de um mau filme, repleto de péssimos autores, com um
argumento simplista: Passos Coelho colocar-se-ia ao lado Merkel e
Shaüble, mesmo contra os interesses do país, exactamente como se
viu com a Grécia. E tal como no passado recente, Passos Coelho e o
seu séquito escolheriam ficar do lado errado da História. Afinal de
contas, a mediocridade não permite outra coisa.
Já
um Governo de esquerda aproveitará essa oportunidade e participará
na mudança, sendo eventualmente, parte integrante dessa mudança.
Depois do esmagamento da Grécia ficou uma certeza: um país isolado
e fraco será esmagado pela Alemanha e pelo Partido Popular Europeu.
Mas no caso de existirem mudanças em mais países, com uma dimensão
diferente da Grécia, o caso muda certamente de figura. E essa sim é
a oportunidade de participar na mudança - uma participação que só
existe com uma solução de esquerda, diametralmente oposta ao que
assistimos nos últimos quatro anos.
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