Se
os protagonistas políticos são medíocres, o que esperar dos meses
que antecedem uma eleição? Nada. O vazio. A mais inexorável
inanidade. Se dúvidas ainda persistem, atente-se às intervenções
sobretudo dos membros da coligação. Mediocridade não chega para
descrever essas intervenções. Aparentemente a repetição
incessante das mesmas vacuidades pode chegar para colher votos. Entre
alguns indicadores forçadamente positivos e as provocações e
acusações dirigidas ao Partido Socialista, sendo Sócrates amiúde
chamado à colação, mais nada se vislumbra pelos lados da
coligação.
Paradoxalmente,
o passado que Passos Coelho, Paulo Portas e companhia tanto gostam de
evocar, contempla também as mentiras que sempre fizeram parte do
cardápio do que agora se designa por PaF - mentiras em relação a
promessas eleitorais, mentiras sobre a conduta de membros da
coligação, mentiras que esbarram invariavelmente numa inacreditável
falta de competência transversal aos dois partidos.
No
que diz respeito ao Partido Socialista e, contrariamente a algumas
expectativas, não se verificam melhorias significativas, a
mediocridade também faz questão de aparecer, embora em doses
consideravelmente menores.
Não
será por acaso que a palavra "mediocridade" é recorrente
neste blogue. Com efeito, é difícil encontrar melhor termo para
descrever os últimos quatro anos e, ainda, o tempo presente.
Espera-se
que as eleições que se avizinham contribuíam para mitigar a já
referida mediocridade e espera-se também que no pós-eleições não
sejamos confrontados com mediocridade em doses cavalares: um bloco
central - numa espécie de reedição do que se passou em 1983, mas
com contornos de um verdadeiro pesadelo.
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