Desta
campanha eleitoral composta, em larga medida, por personagens
medíocres, sobressai a lata dos membros da coligação que acusam o
PS de tudo e mais alguma coisa como se nos últimos anos o país
tivesse sido governado por alguma figura maléfica que eles -
coligação - desconhecem. A lata (é mais do que despudor,
descaramento, e mesmo lata, acompanhada por uma inexorável falta de
vergonha) é tanta que se torna impossível enumerá-la, mas fica, a
título de exemplo, a questão das pensões e as acusações ao PS,
já não para falar da ideia de que o Governo repôs as pensões,
quando foi o Tribunal Constitucional a repor a legalidade e
subsequentemente as pensões.
Desta
campanha fica a incapacidade do PS. António Costa tem ainda algum
tempo para chegar aos indecisos que se estima atinjam os 20 porcento.
O raciocínio é simples: se os indecisos (talvez com o peso do voto
útil) caírem para o lado socialista - muito mais provável do que
caírem para o lado da coligação - então o resultado poderá ser
uma verdadeira surpresa. Não aprecio exercícios de futurologia, mas
parece-me que esse cenário é plausível e que resultará numa
vitória significativa do PS e, eventualmente, em resultados
positivos para os partidos mais à esquerda do PS. Com franqueza não
me parece que os indecisos votem na coligação, quem vota na
coligação já está decidido há muito. Porventura será também
sobre eles – indecisos - que recairá a pressão do voto útil.
Parece-me plausível que muitos sucumbirão ao peso do voto útil.
Mas
o que sobressai mais nesta campanha é a pobreza de ideias. E neste
particular temos muito a agradecer aos partidos da coligação sempre
interessados em discutir tudo menos ideias. De resto, não podia ser
de outra forma: a parcimónia das ideias é evidente e as poucas que
restam vão na prossecução do caminho do empobrecimento - facto que
não fica bem em plena campanha eleitora.
No
cômputo geral, e a uma semana de eleições, resta-me lamentar o que
tem sobressaído nesta campanha e esperar pelas surpresas na noite de
eleições, em que a maior derrota será a das sondagens.
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