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O "colega" grego

Depois de ter contribuído para o esmagamento do Syrisa e, por inerência, da Grécia, Passos Coelho dá o bom exemplo do "colega" grego que recusou o "radicalismo" do seu próprio partido. Será difícil recordar um período da história da democracia portuguesa em que o primeiro-ministro tivesse uma lata tão incomensurável como Passos Coelho demonstra ter.
Recorde-se que o Syrisa e Alexis Tsipras foram esmagados por uma Europa preocupada com os interesses internos, concretamente com o futuro dos partidos que garantem a manutenção do status quo. Recorde-se que Passos Coelho e seus acólitos só não tiveram um papel maior no esmagamento da Grécia porque a pequenez que lhes é inerente não permitiu. Recorde-se que apesar da austeridade em dose cavalar imposta à Grécia, o "colega" Tsipras não deixou sair da mesa das negociações a questão central da reestruturação da dívida - discussão essa imediatamente rejeitada por essa sumidade do despudor chamado Pedro Passos Coelho.

A vergonha parece não ter limites porque na verdade Passos Coelho e seus acólitos encontram-se desprovidos desse sentimento. Vale tudo agora, como tem valido ao longo destes penosos quatro anos e meio. Não se encontra laivos de substância naqueles que compõem a coligação, apenas o vazio, a ausência de pensamento estruturado e uma pequenez que caracterizam as principais figuras da coligação. Seria interessante saber o que Alexis Tsipras pensa das declarações do "colega" Passos Coelho, mas novamente trata-se de uma impossibilidade resultante da pequenez de Passos Coelho. Simplesmente, vozes como a do ainda primeiro-ministro não chegam longe.

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