O
Livre/Tempo de Avançar fez um trabalho meritório e pouco habitual
no contexto político português - um trabalho que culminou com a
apresentação do seu programa eleitoral consistente e fundamentado.
Paralelamente,
este partido contou com a participação incansável de cidadãos
apenas comprometidos com uma ideia de um outro país, uma antítese
daquilo que se viu nos últimos quatro anos.
Infelizmente,
o Livre/Tempo de Avançar não teve nem terá presença nos debates
televisivos, nem tão-pouco poderá contar com a visibilidade que, em
larga medida, as televisões podem proporcionar, o que compromete
indiscutivelmente os resultados eleitorais.
O
Livre/TdA não está sozinho nessa ausência de visibilidade, outros
partidos não podem contar com o precioso tempo de antena.
O
pluralismo inerente ao conceito democrático morre na prática.
Qualquer novo partido, por muito que conte com a participação
incansável de vários cidadãos, e por muito que apresente propostas
inovadoras e credíveis, esbarra na ausência de tempo de antena
guardado no sentido de garantir a manutenção do status quo, com
pequenos intervalos em que se finge a existência do dito pluralismo.
Isto aliado ao peso do voto útil condiciona o enriquecimento da
própria democracia. Paradoxalmente, nos anos subsequentes será
profusa a litania em torno da incapacidade de o país mudar,
insistindo nas velhas receitas. Mas nós apreciamos paradoxos, não é
verdade?
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