Na falta de argumentação que defenda
o indefensável, Paulo Portas, em debate com a porta-voz do Bloco de
Esquerda Catarina Martins, agarrou-se ao que pôde: a Grécia.
Portas preferiu discutir a Grécia e a
colagem do BE ao Syrisa do que discutir política interna. Percebe-se
porquê. Depois de quatro anos de fustigação do seu próprio
eleitorado, o “irrevogável” pensou que deixaria a sua adversária
fragilizada se referisse o exemplo Grego. Enganou-se redondamente e
foi surpreendido com o à-vontade de Catarina Martins sempre que esse
assunto foi chamado à colação. Aliás, Portas mostrou-se
surpreendido com uma líder do Bloco de Esquerda que nem sequer
titubeou quando o assunto foi a melindrosa Grécia. De resto,
Catarina Martins assumiu que o acordo aceite por Tsipras é “mau”
e que o BE o rejeitaria. Ou seja, a posição foi clarificada – se
é que havia necessidade disso – e não restam margem para dúvidas:
ficar na zona euro, mas não a qualquer custo.
Portas viu assim defraudadas as suas
expectativas. O líder do CDS e membro da coligação esperaria
seguramente derrubar a adversária com o falhanço grego,
escamoteando assim os quatro anos de empobrecimento.
Para registo fica o manifesto
desconforto de Portas sempre que o tema era pensões. Talvez porque
esse mesmo tema lhe recorde uma resposta potencialmente negativa do
seu eleitorado já no próximo dia 4 de Outubro.
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