A
vida não tem corrido bem ao PàF, ou coligação PSD/CDS: os debates
não foram felizes, nem para Portas nem para Passos - o vazio de
ideias tem sido confrangedor - e as saídas à rua muito menos. Entre
a retórica assente no Syrisa e na pergunta repetida até à náusea
sobre quem chamou a troika, pouco resta à coligação. Sobre o
Syrisa, Catarina Martins já prestou os esclarecimentos necessários;
quanto à troika Teixeira dos Santos foi taxativo: "a aprovação
do PEC IV teria evitado o pedido de resgate..chegámos a um
compromisso político com Merkel e teríamos o apoio da Alemanha no
quadro Europeu para estancarmos a crise em Portugal". Quem foi
com demasiada pressa ao pote é responsável pelo aumento
incomensurável da dívida e pelo agravamento das insustentáveis
doses de austeridade.
Na
rua, o caso ainda piora de figura. Confrontados com cidadãos, Passos
Coelho procura responder com a primeira coisa que lhe vem à cabeça,
enquanto Portas foge como pode.
Nos
comícios, nada é substancialmente diferente: frases infelizes a
jorros, como o caso daquela proferida por Portas que, julgando fazer
um elogio às mulheres, fez recuar o país em mais de 50 anos ou
Passos Coelho quando diz e repete que "as mulheres é que têm
filhos", frase muito bem aproveitada por um programa humorístico
que tem a sorte de ter pano para mangas no que diz respeito à
coligação, embora o PS lhes vá proporcionando também algum
material.
Em
suma, a vida não lhes corre bem e não podia ser de outra forma.
Entre um discurso vazio, repetição até à náusea das mesmas
mentiras ou doses cavalares de inépcia, pouco resta à coligação
do que esperar por um milagre no dia 4. E nem a pretensa vitória de
Passos Coelho no debate na rádio de ontem poderá alterar este
estado de coisas. Com efeito, o ridículo e o subsequente descrédito
já tomaram conta da coligação.
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