É
desta forma primária que Passos Coelho vê a possibilidade de
reestruturar a dívida e mais: o primeiro-ministro de Portugal,
segundo o Presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker,
recusou o alívio da dívida grega, e por inerência, da própria
dívida portuguesa. De resto, com que a argumentação pode o
primeiro-ministro de Portugal recusar o alívio da dívida de um país
da Zona Euro e pugnar por um qualquer alívio da dívida portuguesa?
A tal que não é sustentável.
Juncker
afirmou que países como Portugal e Espanha recusaram a discussão
sobre a reestruturação da dívida antes das eleições legislativas
que se avizinham. Passos Coelho afirma que se tratou de uma confusão
do Presidente da Comissão Europeia e pode contar com o apoio do
indefectível Cavaco Silva.
Este
episódio apenas vem demonstrar que Passos Coelho não se está a
lixar para eleições, como está disposto a tudo para vencer, e esse
tudo inclui colocar os seus interesses e os do seu partido à frente
dos interesses do país.
Recorde-se
que o ainda primeiro-ministro português sempre rejeitou a
possibilidade de qualquer reestruturação da dívida, nem sequer
queria ouvir falar desse cenário, inviabilizando desse modo qualquer
discussão sobre um assunto central.
Se
já sobejavam razões para não depositar o voto em tamanha
irresponsabilidade sempre acompanhada por um rol vergonhoso de
mentiras, o que dizer agora de mais esta peripécia de Passos Coelho?
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