E
agora Passos Coelho? E agora que tanto o FMI como o BCE (duas partes
da troika) defendem a necessidade de reestruturar a dívida grega,
qual é a posição do primeiro-ministro português relativamente à
dívida portuguesa?
Passos
Coelho sempre rejeitou um cenário de reestruturação da dívida -
nem tão-pouco queria ouvir falar dessa possibilidade, apesar de
vários economistas, da direita e da esquerda, terem chamado a
atenção para essa inevitabilidade.
Porém,
e relativamente à dívida grega, tanto o FMI como o BCE defendem a
necessidade de reestruturação. Afinal Tsipras - o grande derrotado
- já ganhou qualquer coisa, isto para não referir o dinheiro que a
Grécia recebeu para pagar ao FMI e mais dinheiro para reembolsar a
Europa (no plano mais imediato). Segunda-feira os bancos gregos
voltam a estar de portas abertas.
Entretanto,
e numa posição de crescente isolamento, o inefável Wolfgang
Schäuble, ministro das Finanças alemão, insiste na retórica que
postula a saída (temporária?) da Grécia da Zona Euro. Schäble vai
ficando isolado e parece que as notícias sobre a morte de
Tsipras foram manifestamente exageradas.
Por
aqui, impõe-se questionar o primeiro-ministro se este mantém a sua
birra relativamente à necessidade de reestruturar a dívida
portuguesa que, recorde-se, ultrapassa os 130 por cento do PIB. E
estará o primeiro-ministro disposto a lutar por essa reestruturação?
Tudo parece indicar que não, até porque isso seria o reconhecimento
de anos de políticas falhadas. De qualquer modo, só não muda de
ideias quem não as tem e Passos Coelho parece ser prolífico nesse
domínio. A ver vamos se o ainda primeiro-ministro tem engenho para
desbloquear mais esta dificuldade.
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