Este
Verão não será marcado pela já habitual silly season por
razões óbvias: as próximas eleições que se avizinham,
designadamente as legislativas do próximo 4 de Outubro, o que
pressupõe uma contínua actividade dos partidos políticos. Todavia
e a julgar pelas últimas semanas marcadas por um vazio
incomensurável, associado a torrentes sem fim de banalidades e
mentiras, seria preferível termos a já habitual silly season.
Seria preferível, a bem da sanidade mental colectiva.
O
PS não se cansa de titubear em relação aos assuntos mais
prementes: desde a sustentabilidade da Segurança Social; passando
pela dívida e pela necessária reestruturação; culminando num novo
vazio sobre a Europa e o euro.
Os
partidos da coligação, sobretudo o PSD, através do seu líder,
escudam-se num pretenso sucesso fruto das suas políticas que
permitiram que o país sobrevivesse ao Apocalipse da que resultou da
responsabilidade de José Sócrates. Entre mentiras e inanidades,
Passos Coelho tenta construir uma fábula baseada no trabalho árduo
e subsequente recompensa ("uma nova fase do país". Talvez
fosse recomendável uma consulta psiquiátrica: alucinações,
desfasamento da realidade, uma estranha megalomania e uma propensão
incontrolável para a mentira são motivos de inquietação que
justificam um despiste psiquiátrico.
Os
partidos mais à esquerda contam com uma comunicação social pouco
interessada em contrariar o pensamento único, o que enfraquece a sua
presença no espaço público que ainda é dominado pela televisão.
Resta-nos
assistir à farsa: partidos sem ideias, a transbordar de mediocridade
e com esta novidade: mente-se compulsivamente sem quaisquer
consequências. Chega-se a ter saudades da silly season.
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