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A vez do irrevogável

O irrevogável - vulgo Paulo Portas - contou com tempo de antena para proferir as banalidades do costume. Numa entrevista concedida à SIC, Portas, fez a defesa da governação, com a cautela do costume, procurando mostrar que não está fora da coligação, mas que esta também nunca foi verdadeiramente um exemplo de coesão. Com a sua pose habitual de estadista, Portas, à semelhança de Passos Coelho, mostrou não ter uma ideia para o país, deixando no ar expectativas de recuperação e promessas de fazer o possível para acabar com a sobretaxa do IRS. Pelo caminho, o discurso esbarra sempre nos culpados do costume: o PS - aparentemente terá sido o PS a governar nos últimos quatro anos.
Paulo Portas, alguém indelevelmente ligado ao famigerado, desastroso e opaco negócio dos submarinos, age como se fosse verdadeiramente determinante para o país, pese embora o seu partido conte com uns meros seis por cento de votação.
É isto que temos: partidos que governaram o país durante os anos de empobrecimento e que se vangloriam com feitos que não existem ou que foram escamoteados pelo peso da realidade. Ideias para o país? Nem uma. Apenas a multiplicação de entrevistas inócuas, mas pejadas de uma estranha gabarolice.
O irrevogável cumpriu a sua parte sem se distanciar de Passos Coelho. Todavia, eles sabem que a mediocridade, estranhamente, colhe votos.


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