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Um programa de ruptura

O PCP já apresentou o seu programa às legislativas e este afigura-se, indubitavelmente, como sendo um programa de ruptura, sobretudo no que diz respeito à saída da moeda única, embora essa saída não pressuponha a saída da própria União Europeia.
Outras medidas que constam do programa do PCP: renegociação da dívida que inclua um perdão de dívida (empréstimo da troika) na ordem dos 50 por cento e diminuição em 75 por cento com despesas com o serviço da dívida que representará um encaixe de 6 mil milhões de euros por ano; nacionalização da TAP e redução com despesas em matéria de contratos swap e PPPs; reposição dos salários (que foram alvo de roubo, na visão de Jerónimo de Sousa) e aumento do salário mínimo para 600 euros.
A par destas medidas o Partido Comunista propõe ainda a supressão da sobretaxa de IRS e a criação de um imposto sobre transações financeiras e no âmbito do imobiliário. O PCP também sugere a redução do IVA e do IVA no sector da restauração.
O programa do PCP é inquestionavelmente um programa de apresenta uma alternativa, sobretudo por estar escrito preto no branco que o melhor que o país pode fazer é sair da moeda única. Todavia, considero que não será essa a opinião da maioria dos portugueses.

De qualquer modo, o programa tem mérito precisamente por clarificar o posicionamento político do partido e sobretudo por mostrar ser alternativa.

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