A
escassos meses de eleições, começa a ser evidente que o PSD tudo
fará para não discutir política e, caso seja necessário, o líder
do partido até está disposto a dar numa de "palhaço",
deixando a plateia a rir e muitos riram, talvez para não chorarem.
Tudo
se passou no aniversário do Partido. Passos Coelho rodeado pelo seu
séquito, preferiu criticar jocosamente as propostas do Partido
Socialista do que falar das suas. Mais uma vez, o ainda
primeiro-ministro preferiu o acessório ao invés da substância,
desta feita com risos à mistura.
A
discussão sobre políticas é difícil e exige uma substância que
escapa ao primeiro-ministro e ao seus acólitos. A mediocridade atrai
mais mediocridade. Cada vez é mais notória a incapacidade de se
discutir propostas, expor ideias, reflectir sobre os assuntos e
apontar direcções. Sem a troika como desculpa para tudo, Passos
Coelho afunda-se no vazio, procurando socorrer-se de vitórias
indefinidas (crescimento económico, exportações) e de números de
circo para fazer rir.
Por
conseguinte, existe já uma certeza, mesmo a meses de eleições: a
discussão política ficará, paradoxalmente, de fora destas
legislativas. Na melhor das hipóteses assistiremos a debates
repletos de trocas de acusações (uns levaram o país para a
bancarrota; outros para a cova) e uma miríade
de banalidades. E são estes os partidos que ainda contam com a
confiança dos portugueses. Os outros - mesmo com assento parlamentar
- contam apenas com uns minutos da comunicação social e com o
desprezo de parte significativa dos cidadãos.
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