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Ultrapassados os limites da decência, o que fazer?

A questão impõe-se depois das afirmações proferidas por Pedro Passos Coelho acerca do exemplo de empresário que existe em Dias Loureiro. Sim, a frase choca e deixa-nos uma forte sensação de incredulidade e um desconforto incomensurável.
Passos Coelho, o ainda e lamentavelmente primeiro-ministro, faz de Dias Loureiro – um homem que dispensa apresentações, envolvido nos casos mais sórdidos e ruinosos dos últimos anos, com o expoente máximo no BPN – um exemplo de empresário; um exemplo de trabalho; um exemplo a seguir.
Assim, insiste-se na questão: ultrapassados os limites da decência, o que fazer? Se Dias Loureiro é um exemplo aos olhos de Passos Coelho que, ineptamente, é incapaz de esconder o seu apreço pelas qualidades de uma pessoa como Dias Loureiro, o que fazer, o que dizer?

Se dúvidas existissem acerca das características nefastas associadas a este Executivo, essas mesmas dúvidas acabaram desfeitas pelas palavras elogiosas de Passos Coelho. Ultrapassados os limites da decência, o que fazer? A resposta é óbvia e coloca-se, com toda a veemência, daqui por escassos meses.

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