A
sustentabilidade da Segurança Social é uma grande preocupação da
ministra das Finanças. Segundo a mesma será necessário um corte de
600 milhões (segundo o DN no prazo de apenas um ano) para garantir a
sustentabilidade da Segurança Social.
Talvez
não fosse má ideia que a ministra esclarecesse por que razão a
Segurança Social, que durante mais de uma década apresentou saldo
positivo, até há três anos atrás, apresenta agora problemas de
sustentabilidade. Como Mariana Mortágua referiu. Será que a
destruição de empregos e a emigração, ambas sem precedentes, têm
alguma relação com os problemas da Segurança Social que tanto
afligem a ministra? Será que essa insustentabilidade não estará
relacionada com o trabalho que tem vindo a ser desempenhado quer pela
ministra, quer pelos seus colegas de Governo?
É
claro que o gosto que a ministra e os acólitos de Passos Coelho têm
pelo privado é indissociável da forma como se apresenta o problema.
A verdade é que a fragilização da Segurança Social e a ausência
de confiança neste pilar do Estado Social dão uma preciosa ajuda a
quem se excita perante as tão apregoadas qualidades do privado.
Esquecem-se, contudo, do colapso do fundo de pensões AIG, por
exemplo.
Outras
questões merecem entrar na discussão sobre a sustentabilidade da
Segurança Social: o impacto de sistemas de pensões que foram
integrados na Segurança Social (o sistema dos bancários ascende a
500 milhões de euros apenas este ano); a redução da despesa do
Estado com reformados, perto dos 800 milhões de euros e a hipótese
de mexida na TSU proposta por PSD e PS e qual o seu impacto na
sustentabilidade do sistema.
De
qualquer forma e para desfazer equívocos: o problema da
sustentabilidade da Segurança Social é indissociável da destruição
de empregos e da emigração, essa sim, colossal - responsabilidade
da coligação que agora se propõe ser reeleita (para destruir o que
ainda resta).
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