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que vamos discutir política e soluções para o país. O país
prefere aquilo que os partidos lhes concedem e agora a prenda é uma
biografia autorizada de Pedro Passos Coelho, ou como Martim Silva do
Expresso lhe chamou, uma "hagiografia", uma tentativa de
santificar Passos Coelho. O ainda primeiro-ministro não se coíbe de
espicaçar o parceiro de coligação e assim vai o país, entretido
com mensagens de telemóvel e uma relação artificial e de
circunstância.
A
escassos meses de eleições, passamos o tempo a discutir minudências
e toda a discussão encontra-se despida de conteúdo político, até
porque essa discussão nunca pode verdadeiramente existir num
contexto de inexorável vacuidade e mediocridade. É isto, é apenas
isto: o superficial, o nada.
Em
bom rigor também não exigimos mais do que isto. A biografia de
Passos Coelho e o seu conteúdo provocatório e despido de interesse
para um país encalhado é um sinal do que se avizinha nos próximos
meses: a ausência de uma discussão de ideias políticas, amiúde
substituída por uma discussão técnica ou pela politiquice que o
país tanto parece apreciar.
Ainda
não será desta e nunca o será enquanto colectivamente não
exigirmos o fim da mediocridade que assola no panorama político.
Passos Coelho é responsável pelo empobrecimento do país e consegue
a proeza de contribuir de forma contundente para o empobrecimento da
política. O homem merece mesmo ser santificado.
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