Thomas
Picketty esteve em Portugal e trouxe consigo o tema que falta
discutir - o tal que boa parte dos partidos procura evitar: a
necessidade de reestruturar as dívidas.
Picketty
reuniu-se com António Costa, líder do maior partido da oposição,
e provavelmente o próximo primeiro-ministro. Recorde-se que o
cenário macro-económico que serve de base ao programa de governo do
PS não contempla a questão da dívida no sentido da sua
reestruturação.
O
maior problema do país é precisamente a sua dívida. Porém, os
principais partidos não querem discutir exaustivamente o tema. Uns
evitam a discussão por rejeitarem liminarmente essa possibilidade;
outros não se querem comprometer com uma reestruturação que
inquieta a Europa.
Deste
modo, o maior problema do país continua sem ser devidamente
discutido. Como de resto é habitual, o país evita a discussões
difíceis. E quando se estuda algum problema faz-se através de
pareceres e estudos que acabam amiúde perdidos numa qualquer gaveta.
Age-se sem pensamento; governa-se ao sabor dos acontecimentos e numa
postura de abjecta subserviência perante as instituições
europeias,sem que isso nos traga, naturalmente, qualquer resultado
positivo.
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