Depois
de um grupo de economistas terem apresentado o cenário
macroeconómico que servirá de base ao programa do PS, percebe-se
que existem, ainda assim, acentuadas semelhanças entre o que um
sugere e o que o outro sugere, executou e pretende continuar a
executar, eventualmente ainda com maior veemência.
A
semelhança mais inquietante prende-se com a rejeição de qualquer
proposta que vise uma reestruturação da dívida. De igual modo,
pretende-se cumprir, sem discussão, o Tratado Orçamental.
Ora,
o Partido Socialista, à semelhança do PSD e CDS nos últimos quatro
anos, insiste na mesma receita, rejeitando alternativas. É certo que
nada está fechado com a apresentação do cenário macroeconómico,
mas também é verdade que o mesmo serve de base às políticas
preconizadas pelo PS. Estas semelhanças entre PS e PSD são sinais
inquietantes; sinais de que nada de substancial mudará nos próximos
anos. insiste-se assim na receita da austeridade e do empobrecimento,
enquanto se assiste ao aumento da dívida e se acomoda à ideia de
escravatura para décadas.
Em
suma, as semelhanças entre ambos os partidos existem e quanto ao PS
essas semelhanças em concreto dificultam uma possível aliança com
os partidos situados mais à esquerda do espectro político.
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