Pedro Passos Coelho, embora à porta
de eleições, aposta numa mescla de demagogia e continuação da
austeridade. Uma aposta sintomática da distorção da própria
democracia; uma distorção que consegue funcionar num contexto de
acentuado masoquismo.
Deste modo, Passos Coelho continua a
não se sair mal das sondagens (com as ressalvas que as sondagens nos
merecem). Dito por outras palavras: mais de vinte por cento insistem
em confiar no PSD e a se estes acrescentarmos aqueles que depositam o
seu voto no CDS, chegamos perto dos trinta por cento. Se isto não é
masoquismo, não sei o que será.
Depois do empobrecimento colectivo;
depois do desinvestimento na ciência, educação e cultura; após a
degradação dos serviços públicos, designadamente na área da
Saúde; depois da transformação da máquina fiscal numa máquina de
trucidar cidadãos; após quase quatro anos de desvalorização
social e aumento incomensurável da precariedade; depois do
desaparecimento da esperança e do futuro do horizonte, há quem
insista na receita que nos fez retroceder décadas em nome de um
resgate congeminado por Passos Coelho e pelo seu séquito, em nome de
uma dívida impagável; em nome de uma solução de contínuo
empobrecimento cujo desfecho será, muito provavelmente, a saída do
euro.
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