O
primeiro-ministro e o seu Executivo tudo fazem para ganhar eleições.
O "estou-me lixando para eleições" perdeu toda a sua
força. Não seria bem uma verdade como todas as outras. O Governo e
os partidos que o compõem apresentam um vasto conjunto de propostas
e alterações, passando a imagem de uma governo activo e preocupado
com os cidadãos.
Deste
modo, temos a recuperação da natalidade como motor do
desenvolvimento do país; temos regulamentação do tabaco e até uma
redução da TSU para as empresas, sem quaisquer prejuízos para os
trabalhadores - vários milagres que se avizinham.
Em
relação à natalidade, os paradoxos são tantos, sobretudo por
parte de quem empobreceu o país e ainda assim acredita que nesse
contexto de empobrecimento haverá mais crianças - são dispensados
quaisquer comentários. Neste particular, tudo terá começado com a
ministra das Finanças a promover a multiplicação, numa recreação
do "crescei e multiplicai-vos" do Génesis. Quanto ao resto
é carregado de demagogia, mas conta com o espaço privilegiado da
comunicação social. Pelo meio, os partidos da oposição: alguns,
por muito que lutem contra o descalabro do país, mantém-se longe do
interesse de muitos cidadãos, e o outro, o PS, conta com uma
liderança que ainda não se conseguiu afastar da tibieza e da
insipiência.
Isto
e o seu contrário. Eleições a quanto nos obrigas. A coerência
ficou-se pelos cortes nas pensões - um verdadeiro tiro no pé dos
partidos do Governo.
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