PSD
e CDS, na noite de 25 de Abril de 2015, anunciaram a coligação para
as próximas eleições legislativas. Esta coligação serve
sobretudo os interesses do PSD que, depois do empobrecimento
colectivo, bem precisa de um empurrão nos votos. Quanto ao CDS, cujo
líder está agarrado ao poder, à semelhança de uma lapa, a jogada
poderá não produzir os efeitos desejados.
Se
atentarmos às sondagens (que valem o que valem, é certo), o CDS,
contrariamente às expectativas, tem um resultado relevante. Uma
coligação implica uma recordação permanente de que o CDS faz
parte do Governo que impingiu ao país o já referido empobrecimento.
É
evidente que CDS e PSD vão procurar contrariar a ideia do
empobrecimento em vão. Dir-se-á pois que o país fez sacrifícios,
mas que esses sacrifícios não só foram o resultado do despesismo
socialista - o fantasma de Sócrates -, como o país já conhece
resultados: um crescimento (anímico); uma taxa de desemprego
(ilusória); uma reforma (que nunca existiu); a troika que saiu do
país (deixando a escravatura da dívida para décadas).
Em
suma, a coligação serve na perfeição os interesses do PSD que
aumenta assim a possibilidade de não ter um resultado desastroso; e
alimenta a possibilidade de Paulo Portas continuar ligado ao poder,
mesmo que essa possibilidade seja remota, mesmo que na prática o CDS
venha a conhecer um resultado que deixar em suspenso o futuro do
próprio partido. Todavia, a fome de poder tolda o discernimento. A
ideia comum é ainda assim óbvia: apenas juntos teremos alguma
hipótese de vencer.
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