Depois da polémica em torno do perfil
traçado por Cavaco Silva para o próximo Presidente da República,
vários putativos candidatos teceram as suas considerações. A
conclusão é óbvia: nada mudará de substancial na próxima
Presidência da República.
Em bom rigor, assistiremos a
forçosamente a uma ligeira melhoria. Arrisco afirmar que é
impossível encontrar-se uma presidência mais medíocre do que a
actual. Assim, o que vier, ou quem vier, não terá a capacidade de
fazer pior.
De qualquer modo, a julgar pelos
putativos candidatos, designadamente António Vitorino, Marcelo
Rebelo de Sousa ou até mesmo Santana Lopes, não assistiremos a
melhorias dignas de qualquer registo.
Aqueles que se afiguram como
candidatos representam um sistema envelhecido e caduco, ligado
invariavelmente à promiscuidade entre poder político e poder
económico que tem contribuído para a degradação da própria
democracia.
Portugal necessita de um Presidente da
República que não tenha sido conspurcado por essa mesma
promiscuidade e que devolva às instituições democráticas a
dignidade que se exige. Este não é naturalmente o perfil traçado
pelo ainda Presidente da República. E para tornar tudo ainda mais
intrincado, importa recordar que ainda teremos mais um ano de Cavaco
Silva e que será o mesmo Cavaco Silva a presidir ao país nas
próximas legislativas.
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